sexta-feira, 2 de março de 2012

Gosto da madrugada porque ela não questiona nada, nem é intrometida. Apenas vai passando, calma, leve e devagar...



Adrielly Moura
Você não entenderia nem se eu desenhasse, escrevesse em Braille, linguagem de sinais. Nem mesmo se eu estampasse bem grande em todas as esquinas. Você não entenderia nem se eu falasse em todas as estações de rádio. Nem se eu contasse com a ajuda dos anjos. Você apenas não está apto a entender.



Adrielly Moura

Podemos ser eternos. Mesmo que ao nosso tempo. Mesmo que à nossa maneira.

Adrielly Moura

quinta-feira, 1 de março de 2012

Menino...

Cuide de você. Cuide de você e um dia, traga-se pra mim por inteiro. Traga-me sua alma, seu coração (que segundo você, já me pertence) e traga-me seu corpo. Traga-me sua boca, seus olhos, seus sorrisos. Seus medos, suas alegrias, suas frustrações. Traga-me tudo. Mas enquanto isso venha vindo aos poucos, desse jeito assim como sempre foi. E não ligue pras minhas birras. E por favor, tema me perder com a mesma avidez com a qual eu temo perdê-lo. E mais uma vez, eu amo você.


Pra sempre sua,

                           Adrielly.


domingo, 26 de fevereiro de 2012

Isso Basta

Isso basta


E lá vêm todas aquelas pessoas achando que me conhecem. Poxa vida, estão tão erradas. Cubro- me de meios sorrisos pra não desapontá-las. Tá bem, às vezes faço questão de triturar o pedestal delas. Saber minha cor favorita não é nem metade do caminho pra saber quem eu sou. Vai muito além de teorias sobre o que me faz sorrir. E até mesmo do que me faz chorar. Somos previsíveis quando queremos ser. Só pra despistar quem está sempre de olho. O essencial vai ficando guardado e o tempo mostra a quem merece ver.


Adrielly Moura

Não abra mais essa porta...

Não abra mais essa porta... 


         Estive olhando pela janela hoje. Lembrando de você. Lá fora a chuva caia, e eu me vesti de saudade. Essa é uma roupa que deixa o corpo gélido. Mas nós não tínhamos tempo. E sempre que a chuva cai, eu desejo nossas ações desmioladas. Eu não posso fazer isso de novo, se abro meus olhos, você apenas não está lá. Sua voz não invade mais a madrugada me convidando a fugir, cruzar a esquina, ignorar o juízo. Não tem mais seu corpo cobrindo o meu, não vejo mais o mover da sua garganta quando você engole em seco. Então, apenas não abra essa porta se for pra me tirar mais alguma coisa. Eu me lembro dos desenhos que fazíamos na terra úmida. Lembro-me de ver o Sol se por, olhar seu rosto de relance e notar o brilho dos seus olhos. Eu sei que eu mesma o apaguei. Seu último beijo ainda trava minha garganta e eu nem pude chorar. Quantos mistérios envolvem o adeus. Eu simplesmente não o pedi pra ficar. Mas eu não deveria. A porta esteve aberta quando você entrou, e eu não pedi pra que você entrasse. Então, não seria justo fechá-la e não permitir que você saísse. Por mais que esse fosse o desejo a descabelar minha alma. Não passe mais pela minha porta se a intenção for levar mais alguma coisa. Não, nunca duvidei de que fosse amor. Eu sei que sempre falei de amor, mas pra senti-lo eu fui covarde. E pra vivê-lo, eu fracassei. Mas ainda amo você. De um jeito inútil agora. Mas ainda amo. Porque eu sei que você ainda é o mesmo, que sua carranca se abre e que ainda tem esperança. Porém acho que matei aquilo que tínhamos. E algo morto é algo inútil.  O espaço entre meus dedos estarão sempre sentindo falta do espaço entre os seus. Mesmo assim, não tenha esperança, porque feri-lo ainda mais, não pode me matar. Mas me tortura exatamente por isso. E sim, eu ainda amo você.



Adrielly Moura