sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Minta pra mim

Minta pra mim... 

         Cansei de como dói a realidade. Minta pra mim! Minta e me faça esquecer onde eu estou. Eu acreditaria em qualquer coisa pra fingir que não há dor. Dane-se a moral de que todos falam. Eu só quero que você minta. Vamos desfazer a ética só por hoje. Eu quero uma dose caprichada de ilusão. Estamos sozinhos e podemos fingir. Só por hoje eu vou acreditar nas nossas tolas desculpas. Então minta sem se importar com minha sanidade. Até juras de um falso amor estão liberadas. Diga que não haverá amanhã, nos deixe guiar por essa loucura.
         Façamos de conta que hoje você será pra sempre meu. Suas desculpas só por hoje, só por hoje valerão. Me dê um pouco de espaço pra fantasiar. Menino minta pra mim! Me esconda da realidade que eu já cansei de enxergar. Só por hoje, nada mais.





Adrielly Moura

25 de Novembro de 2011

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ele disse: Fale dos meus olhos

Ele disse: Fale dos meus olhos...


         E eu poderia mencionar o brilho, a cor, a doçura. Mas não é isso que me prende a eles. São esse dois caminhos sem volta. Um pro bem, outro pro mal. O inferno tão próximo ao paraíso. Você sabe como usá-los. Nunca sei qual leva pra onde, e eu tento desvencilhar, mas depois de olhar dentro deles, é tarde demais. Então me perco com vontade de nunca mais voltar, mergulho com força nessa droga alucinógena. Se eles mentem já não sei, não procuro explicações. Só quero o fascínio que me dão. Levam-me ao prazer absoluto não quando riem, mas sim quando choram. Assim eu me divirto, acho uma delícia a dor que você trás dentro deles. São tão profundos, cheios de ternura e malícia. Cheios de mágoas e amarguras. E se fossem de qualquer outra pessoa, não teriam o mesmo encanto que têm por serem seus. E eu quero que sejam direcionados apenas a mim, sempre pra mim. Nunca pra mais ninguém. Quero que a dor seja por mim, se chorar que seja por mim. Eu quero que esse olhar seja pra mim. A ironia ao me verem, quero toda, sem delongas. E quero sempre assim, desse jeito que me tira o ar. Esses seus labirintos, não consigo não olhar, não amar ou desejar o prazer que sinto ao vê-los me olhar.



Adrielly Moura

21 de Novembro de 2011