Ele era do tipo cuidadoso, sempre atento, olhando o mundo à sua volta. Um garoto ensinado pela vida o quão cruel ela pode ser. Ele sabia que não daria nunca muito de si a ninguém, porque uma vez já havia tentado, mas não houve recompensa. Seus pedaços ficaram por aí e ele jamais poderia voltar a ser o mesmo. Era só um menino que não sabia se tinha alguém com quem contar. A vida tem desses lances.
Mas em algum lugar da história, esbarrou com alguém. E mesmo com todos os avisos, esse alguém foi ultrapassando a linha tênue que dizia ser perigoso ir tão longe. A garota tinha em si um mundo viciado em sonhos e a mania de tentar. E ele tinha aquele jeito arredio e protetor. E sua proteção virou alvo do desejo dela.
Eles eram só pessoas tentando nunca desistir de tentar. Mas tentavam coisas diferentes. Ela queria só tê-lo próximo à ela, próximo do tipo que o mundo e além não deveria ser capaz de separar. Mas ele, ele queria trancar a porta em que ela batia, queria apagar as luzes que ela ascendia, queria se perder do caminho que ela propunha. No fundo, qualquer um podia ver que tanta precaução era só medo. E o medo é uma arma e nunca se sabe como as pessoas podem usar uma arma, às vezes, apontam pra própria cabeça e o resultado, bem, o resultado é óbvio.
Mas não há um lado certo ou a quem defender. Ambos e seus motivos estão certos e, com a mesma intensidade, errados. Porém eram só garotos, só pessoas e o grande emaranhado da vida. Haviam dúvidas no coração de ambos e as respostas ainda estão jogadas por aí. Algo que se pode afirmar, é que a vida só dá respostas pra questões que não necessitam mais. E o resto, é melhor viver ao invés de responder.
Adrielly Moura
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por favor.. Comentem!!!